sábado, 28 de agosto de 2010
Dose distante
" O sol não pode viver perto da lua"
E se não houvesse sentido na distância, a distância não existiria, mas há. E é por isso que o choro cala e de mim só sai canção, verbos e saudades.
O mais curioso de tudo, é que ele sempre foi sol e eu sempre fui lua. Sempre amei os mistérios da noite, o silêncio e as luzes artificiais, enquanto ele sempre foi o sorriso do dia, ama a luz natural, o cheiro do café da manhã e o despertar dos travesseiros.
Mas em algum momento seremos eclipse...
Dose etílica
Hoje eu estou precisando de uma dose de whisk, bebida forte e ao meu ver solitária, combina com meus sábados vazios e desgastados.
Essa bebida que teve seu inicío de produção ligado aos monastérios, tinha como nome "aqua vitae" e era utilizada para fins medicinais, com o passar do tempo passou a ser produzida na Escócia como bebida de "necessidade" devido ao clima do lugar.
Para nós brasileiros é uma bebida com símbolo de status social. Já para mim, (observadora nata) vejo a bebida como representação de vazio, é claro que muitos bebem para mostrar que podem, alguns poucos porque apreciam o sabor, no mais são pessoas sozinhas que ficam em um canto reservado, saboreando seu whisky, imerso em um ambiente que nem se quer estão em espírito, apenas em corpo físico, ou é simplesmente alguém que precisa da bebida para expor uma auto confiança que não tem, uma força que não existe, uma beleza "fake" e uma coragem que jamais conheceu e assim desfila no salão, ou senta em alguma mesa, ou mesmo no balcão de um bar qualquer e engole sua mediocridade diante da existência humana.
São necessidades diferentes, vazios diferentes, o meu é a saudade...me embriagaria de Jack Daniel´s para arrancar esse espaço que tanto insiste em me ocupar, porém não me rendo as doses de álcool e coloco meu pijama e vou deitar, deixando esse lugar ocupado com o que não posso ingerir.
"mais uma dose é claro que eu tô a fim"
Será?
Só dose de sono mesmo.
Boa noite! E até a próxima dose.
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