domingo, 18 de setembro de 2011

Dose Alheia


Desconfio de quem sejam os olhos
Mas já desaprendi a ler a íris
Dispensei os sonhos
Para demarcar um solo sem canção

Nunca soube lidar
com a introspecção alheia
Expansiva
Rasgo o silêncio
Desrespeito

Atropelo o ócio
Rompo manhã
E palavras
Abrigo à noite
Penas e consolos
Construo asas

Juliana Trentini

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dose de Mistério 2













há algo nos olhos que não sei beber
a confusão de cores desordena-me
são poesias traçadas pelos dedos
o medo latente no abraço

confissões constroem-me
Ninho
procuro pão para alimentar
sempre fui mãe sem ser
vocação pra Madre Teresa de Calcutá
ou Santa Clara sem São Francisco
Sou todos os riscos
 
carrego sonhos nos copos
e no corpo só
Aconchego
para alguém um chamego
Reservo


Juliana Trentini