terça-feira, 7 de agosto de 2012

Dose de falsa rendição


 Ajoelho e não rezo. 

Quase sempre é assim, tenho vontade de largar tudo e meio que largo, mas permaneço. 

Quero mudar a estrada, mas ela está lá...apontando em linha reta. Passo a passo, sigo.

Há uma corrente de ar, deixo a janela entreaberta para nausear o meu corpo. 

Quero alcançar o mundo, corro, corro, corro muito e tropeço. Meio do caminho, havia.

Quero um porto, aporto. Em alto mar.



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dose de filosofia notívaga

 
Estava cá a divagar como sempre sobre “coisas” na hora de dormir e claro que o sono vai embora facilmente. Aposto que quando você leu “coisas”, já foi logo tratando de deixar a mente repleta de pensamentos impuros. Não gente, nem tudo é sacanagem! E é sobre isso mesmo que eu quero falar...

Fiquei pensando sobre o significado dessa palavra :

  1. ato ou comportamento de quem é sacana
  2. imoralidade, safadeza
  3. troça, brincadeira de mal gosto

E concluí... sacanagem não é quando o outro nos desmoraliza, quando tem um comportamento inescrupuloso e pratica alguma ação que nos deixa mais rasos que o chão. Sacanagem mesmo é permitirmos que pessoas brinquem com os nossos sentimentos, sacanagem é permitir que nossa autoestima cave buracos mais profundos do que os das ruas da cidade(presentes da nossa querida e amada atual prefeita de Natal, Micarla de Souza), sacanagem é não largar o que é ruim com medo de aparecer algo pior, ou por costume e medo da solidão, apego ou o escambau. Para mim, algo que venha invadir meu espaço, quebrar meu silêncio, mudar a minha rotina precisa ter muito valor, caso contrário, tchau e benção! Afinal, no mundo há mais de 7 bilhões de pessoas.

E o que eu quero com essa balela, lorota, e discursinho estilo Jabor? Não é, de forma alguma, funcionar como uma motivadora a maneira de Augusto Cury, não é nada disso! Mas, eu, humilde estudante de literatura, pseudo qualquer coisa (a coisa que preferirem) penso, acho, falo e profiro que o amor deve com urgência, urgentíssima ser resgatado! E não falo do amor tal qual o de Shakespeare, é algo mais simples, mais comum, mais objetivo e pragmático, o amor próprio. Como podemos querer que alguém não pise na gente, não maltrate, não nos fira, se nós mesmos não enxergamos a nossa importância no mundo?

Ando indignada com certas atitudes, vejo pessoas maravilhosas fazendo escolhas errôneas, cavando a própria cova por medo do que quer que seja e por falta de amor próprio. Vamos parar de aceitar o mínimo, de querer pessoas perto de nós que sejam da lei do menor esforço, ou que sejam esforçadas apenas para nos passar a perna. Parem! Parem de aceitar qualquer lixo! O mundo é muito grande para a gente achar de querer estacionar na primeira vaga que a vida exibe.

Sou a favor do amor, romântica incurável, não daquelas que vai querer flores e bichinhos de pelúcia (blé), mas da que exige respeito e afeto! Amar não é perdoar e aceitar todos os defeitos e falhas do outro, não é nada disso! Amar é pensar no outro antes de errar.

Tarefa do dia/noite/dia/noite/dia:

Amem a ti mesmos!
P.S:. O termo “sacanagem” também pode ser muito bom, mas apreciem com moderação, ou não... Desde que mantenham o respeito!


Juliana Trentini

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dose de escolha

É muito doloroso deixar partir. Sempre achei mais difícil para quem fica. A inércia, o silêncio, as cortinas, os mesmos livros.

Quem vai, tem as avenidas, as passarelas, o barulho e os erros para escorar-se. Fraqueza. Burrice. Estupidez. Como é fácil errar e chorar pitangas, como é fácil lamentar os tropeços.

Difícil mesmo é estar certo e sofrer, dor é arrumar a casa, preparar perfumes e canções, aquecer o ninho e ver que há uma brecha na janela deixando o vendaval de friagem adentrar e congelar todo o ambiente. Doloroso é fazer tudo certo e ainda assim errar, errar por confiar, errar por amar, errar por se doar. O mundo virou uma inversão de valores e salve-se quem puder!

E eu mantenho os meus, mas crio mecanismos de defesa sem fim, eu desisto, desisto sempre. Entrego-me ao vazio dos dias, com sabor de filme antigo com trilha sonora do Sinatra. E escolho o erro de não tentar e no lugar de pensar em sóis, sorvo noites em goles lunares.

Há de existir melodia melhor que meu silêncio, e saberá cantar na hora certa.

"É melhor viver derrotado do que morrer com a vitória"

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Dose Anterior



Antes
Correria para o mar
Desaguaria
Em conchas
Pedras
Arrebentações

Antes
Pluralizaria
Verbos sem conjugação
Conjugaria
Ventos
Valsa
Balsa

Remaria
Mãos fortes
Mais forte é meu coração


Juliana Trentini