sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Dose de flor

As vezes eu me pergunto porque troquei Florbela por Manuel e Manoel. A poeta que foi meu primeiro objeto de estudo na faculdade e que tem tudo a ver com meu eu, mas facilmente respondo a minha própria pergunta. Nós não utilizamos a nós mesmos para fazer pesquisa. E ler Florbela é ler a mim mesma, e esse estudo deve ficar apenas para as reflexões de nossa própria vida e não como exercício acadêmico.


Porém a simbologia das cores da poeta nunca me abandonará e cá estou com suas violetas ilustrando meu quarto ao som de esquadros. E ando pelo mundo ,de fato, divertindo gente e chorando ao telefone. Sempre tive talento para o humor sarcástico e as pessoas se divertem com isso, eu gosto disso. E de soro em soror, oscilo entre as águas da solidão e da companhia das migalhas. A solidão preenche mais espaços e faz do tempo uma rede para abrigar o silêncio.

Enquanto divido-me entre poesia e poesia, Florbela Espanca ilustra o meu dia de hoje:

"Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!"

domingo, 18 de dezembro de 2011

Dose de verdade











A verdade:
Nem tudo é poesia
Descampo palavras
Descompasso de mim
Desenho linhas
Incertas
Certa de não encontrar mais suas esquinas
Compasso delineando trajetória sem circunferência
Circulo ausências
E delimito o espaço 


Juliana Trentini