quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
dose de águas
Tanto mar
procurando solo
semente
raiz
encontro tanto mar
a guitarra arranha
sem ser ouvida
escuto o seu não dedilhar
sinto o seu ritmo
nos goles escuros da noite
há o medo
sempre há
mas o blues muda de cor
e o vale de têmporas nos espera
para a canção que não finda
as ondas moldam a arrebentação
o olfato emoldura o pescoço
e o dia penetra o céu
(Juliana Trentini)
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