sábado, 11 de dezembro de 2010

Dose de manhã









Será que é tão difícil amanhecer?

A manhã presta-se a invadir minha noite
antes mesmo de romper-se em sua naturalidade
três horas e perambulo o silêncio
preâmbulos das ociosidades e dos compromissos
oscilando entre cumprimentos e faltas

escuto os sonhos dos meus vizinhos
não durmo
o sol me arde com os medos alheios
na janela ainda é noite
no chão o tempo é disforme
Cronos vira espaço

a cama vazia me convida
a declamar poesia
o travesseiro me denuncia
já é dia já é dia


(Juliana Trentini)

3 comentários:

  1. os espaços vazios nunca preenchem o tempo
    amanhecer é dar à luz, um parto de si mesmo
    se não dormimos não amanhecemos
    se não amanhecemos não nos desfazemos dos pesos inúteis que carregamos vida afora.

    mas, como leio por aqui, "amanhã há de ser um novo dia"
    te desejo a mais bela manhã azul, amiiga!

    [poema lindo lindo lindo!]

    beijão!^^

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  2. o que dizer do universo citadino dos pensamentos, da boemia dos sonhos, com cheiro de carro, de mato; platô dos espaços infinitos dentro de si?

    o que dizer da maré de nossos desejos? Espaços a serem preenchidos de sonhos, que quando alcançados evoluem, superam-se, buscam reforços... enfim!

    o que dizer então da superação, como tábua de salvação da vida? Nada! Pq essa é e já pode ser vista pelas suas criações poéticas...

    bjuh amor!!!

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