quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Dose sem dose












hoje vou dormir sem seus olhos
a cama está mais vazia
caço cortinas para fazer cobertores de vento
não há vento
cato
cata-vento
recolho palavras
do chão
assim aprendi
poesia nasce de escovas de dentes ou cabelo
os dentes sempre têm histórias para contar
eles auxiliam a língua
eu sempre tenho histórias para contar
eu sou a língua
com e sem literatura
depende do objetivo
ou objeto
gosto de ser objetiva
e objeto também
quando últil para mim mesma
e para seus olhos adormecidos
o meu cabelo ficou na escova
levou meu pensamento aos fios
os fios são largados com o pensamento que não precisamos mais
mas são histórias fiadas em cores e camadas
volto para a cama
e sonho
Morfeu traz seus olhares

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